Sonhos

Minha mãe fala que desde quando era bebe eu nunca tive problema para dormir. Sempre fui aquele tipo de criança boa que dorme ate tarde e depois dorme depois do almoço e dorme novamente a noite. Apesar do problema que ate hoje tenho de não conseguir dormir cedo, eu durmo muito bem. Nunca fui de ter muitos sonhos, me lembro que quando criança tinha com mais freqüência. Atualmente não tenho freqüentemente, mas quando tenho eles me marcam muito. São sempre com muita clareza. Eu me lembro de detalhes, de pessoas, da cronologia dos fatos... São sempre sonhos que quando acordo eu posso contá-los inteiros para alguém.

Ano passado acabei acordando a minha mãe no meio da noite so para contar um sonho. Odeio ter sonhos no meio da noite porque eu sempre volto a durmir e nunca lembro deles quando acordo. So lembro mesmo do ultimo sonho, do sonho que me fez acordar. Esse sonho que contei para a minha mãe era de uma onda gigante e coincidentemente no dia seguinte ao sonho aconteceu aquele tsunami no Hawai. O que acabou sendo bom eu ter contato, visto que se não tivesse contado ninguém acreditaria na estranha coincidência que eu havia feito parte. Eu talvez o conte em outro post, porque neste vou contar do sonho que tive ontem à noite.

Essa noite, pela segunda noite consecutiva, tive um pesadelo surreal. Como diz o Lucas (@luquetucho) “quem não te conhece diria que você passou a usar alucinógenos depois que entrou pra faculdade” Ele diz isso porque no pesadelo de anteontem ele estava presente e acabei contando para ele o que sonhei.

O sonho dessa noite daria um filme com certeza. Um filme um tanto estranho. Estávamos meio que em uma favela. Tínhamos que atravessar ate o outro lado da favela para encontrar o mar e fugir por mar. O primeiro problema e que estávamos fugindo de alguma coisa, por isso tínhamos que ir rápido. O segundo problema e que as pessoas residentes da favela não estavam contentes com a nossa presença. Muito pelo contrario, elas queriam matar agente por estarmos la. O terceiro problema e que estávamos atravessando a favela a bordo de um animal. Parecia um lagarto gigante, era um animal estranho. Quem viu Star Wars e é fã como eu poderia achar que fosse aquele dinossauro que carrega pessoas. Quem viu “Como treinar o seu Dragão” poderia achar que fosse um dragão. Não era alto, mas era comprido. Querendo ou não era o nosso meio de transporte.

Estávamos todos passando por aquelas ruelas da favela montados naquele bicho. As pessoas comigo não eram conhecidas, não eram amigos meus ou pessoas da minha família. Nunca vi nenhum rosto que estava presente no sonho. O problema e que as pessoas iam se perdendo no caminho. Nem todo mundo se equilibrava no dinossauro. Algumas desistiam da missão. Alguns eram puxados para baixo. O numero de pessoas iam diminuindo de acordo que chegávamos mais perto do mar. O segundo problema é que eu assistia

todo mundo que caia morrer. Elas eram mortas. Como em um filme.

Havia um corte de cena e aparecia o que aconteceu com a pessoa depois que ela caiu. Eu continuei em cima do dinossauro.

Quando chegamos perto do mar éramos só 3: a motorista/guia do bicho, eu e um amigo que estava atrás de mim. Acabou se tornando meu amigo depois de todo aquele perigo que passamos juntos. Só sei que depois desse esforço todo, quando chegamos à entradinha que daria para o mar, o lugar estava fechado. Um navio cargueiro tinha fechado a entrada. Teríamos de esperar

ele acabar o que estava fazendo para sair dali e podermos passar e sair de vez daquela favela assassina. Só que estávamos com medo de morrer, a galera da favela queria matar agente. Agente correu o sonho inteiro para conseguir chegar, e quando chegamos tivemos que PARAR.

A motorista deu a volta com o bicho e meio que estacionou o dinossauro na vielinha que da para o mar. Perguntei o que faríamos, ela disse que teríamos de esperar o navio sair para podermos passar. Quando o dinossauro para por completo, ouvimos uma voz vindo do alto da rua:

- PEEEEGA O DINOSSAURO

Olho para cima um cara mal encarado abre uma porta de madeira grandona que estava fechada, e sai um monte de cachorros correndo em nossa direção.

A motorista se apressa para comecar a guiar o bicho, fazer ele comecar a andar e pegar velocidade novamente. Só que naquela pressa o meu amigo, que estava atrás de mim, se desequilibra com o solavanco e CAI! Eu tentei olhar para trás e pensar um jeito de ajudar o rapaz. Mas nos continuamos, o bicho pegou velocidade novamente, olhei para trás, os cachorros comendo o meu amigo, olhei para frente e aquele vento na cara.

aquele desespero.

Medo.

Susto.

Arrependimento.

e acordo, acordei DESESPERADA.